O Alojamento Local é uma questão controversa do ponto de vista da indústria hoteleira e dos residentes. Trata-se de unidades de alojamento turístico, de carácter familiar e de pequena dimensão, frequentemente com preços competitivos, que permitem aos turistas encontrar uma acomodação com o conforto e as instalações equiparáveis aos do próprio lar.

A proliferação destas unidades de alojamento no Algarve tem acompanhado as tendências da procura turística. Contudo, tem originado controvérsia entre os responsáveis pelos empreendimentos turísticos e alguns residentes. Nesse sentido, o projeto visa conhecer a opinião dos residentes em relação ao Alojamento Local no Algarve, através do grau de apoio a este tipo de estabelecimentos, os benefícios e restrições causados pela sua existência e/ou implementação, e o sentimento de segurança dos residentes em função do crescimento do número de turistas que se hospedam em Alojamentos Locais.

Figura 24 – Existência de Alojamentos Locais na Vizinhança no Algarve

Figura 25 – Propriedade de Alojamentos Locais no Algarve

Figura 26 – Apoio à Existência de Alojamentos Locais na Vizinhança no Algarve

Do total de residentes, a grande maioria (65,9%) diz ter conhecimento da existência de Alojamentos Locais nas proximidades da sua residência (Figura 24).

Uma minoria declara ser proprietária de Alojamentos Locais no Algarve (5,8%) (Figura 25).

Os residentes mostram-se «indiferentes» quanto à existência de Alojamentos Locais nas proximidades da residência (49,8%) mas, ainda assim, são mais os que apoiam  (32,3%) do que aqueles que se opõem à sua existência (15,2%) (Figura 26).

À semelhança do apoio à existência de Alojamentos Locais na vizinhança, cuja média de respostas se situa em 3,20 («é indiferente para mim») (Figura 26), também a média de respostas relativa aos indicadores utilizados para avaliar a opinião geral dos residentes em relação aos Alojamentos Locais situa-se em 3,11 no caso dos aspetos positivos e 3,08 no caso dos aspetos negativos («não discordo nem concordo») (Figura 27).

Figura 27 – Opiniões dos Residentes em Relação aos Alojamentos Locais

Figura 28 – Sentimento de Segurança se o Turismo Crescer na Vizinhança no Algarve

Os indicadores que obtiveram maiores níveis de concordância são: «os AL são/seriam importantes para diminuir o desemprego» (média = 3,36), «os AL contribuem/contribuiriam para haver mais barulho e confusão» (média = 3,25) e «os AL são/seriam importantes para diminuir futuros problemas económicos» (média = 3,22). Os indicadores que obtiveram níveis de concordância mais baixos são: «eu beneficiaria se existissem mais AL na minha vizinhança» (média = 2,80), «os AL contribuem/contribuiriam para haver mais promiscuidade» (média =2,91) e «eu beneficiaria se existissem mais turistas na minha vizinhança» (média = 2,97).

Os resultados mostram que as respostas não divergem muito, quer se tratem de aspetos positivos ou negativos em relação aos Alojamentos Locais. Todos os indicadores obtiveram médias de resposta a rondar os 3,00 («não discordo nem concordo»), o que revela uma certa hesitação por parte dos residentes em opinar sobre os AL.

O sentimento de segurança dos residentes é outro aspeto relevante. O projeto visa compreender se o sentimento de segurança dos residentes pode ser afetado pelo crescimento turístico.

De acordo com os resultados, a grande maioria dos residentes afirma que o seu sentimento de segurança manter-se-á igual, mesmo que o número de turistas venha a aumentar (73,2%) (Figura 28). Contudo, também é de destacar que são mais os residentes que declaram a possibilidade de virem a sentir-se mais inseguros (15,4%) do que seguros (10,7%), caso o número de turistas aumente.

Relatório Resultados Época Baixa para o Algarve