7. QUALIDADE DE VIDA DOS RESIDENTES E FELICIDADE INDIVIDUAL

Os impactos provocados pelo turismo, a relação que os residentes têm com os turistas, o grau de apoio à atividade turística, os comportamentos pró-turismo e a satisfação com a atividade turística podem afetar a perceção que os residentes têm da própria qualidade de vida. Por isso, pretende-se agora avaliar a qualidade de vida dos residentes no Algarve, assim como os seus níveis de felicidade individual.

No que respeita à satisfação com a qualidade de vida, o questionário RESTUR utiliza um conjunto de 27 indicadores que cobrem dimensões como a qualidade ambiental do concelho de residência, as pessoas que moram no mesmo concelho, o custo de vida, a segurança e proteção, os serviços de saúde, de transporte, o lazer e tempo livre, a vida religiosa e espiritual, entre outros, com o objetivo de avaliar, nos domínios material e não material, a qualidade de vida dos residentes no Algarve – QoL (Quality of Life).

Os resultados mostram que a perceção dos residentes sobre a sua qualidade de vida é moderada («nem insatisfeito nem satisfeito») (Figura 32). Os aspetos com os quais os residentes se mostram mais satisfeitos são a qualidade do ar (média = 3,56), a qualidade da água (média = 3,48) e as pessoas que vivem no mesmo concelho (média = 3,47). Pelo contrário, os aspetos que mais contribuem para a insatisfação dos residentes são, sobretudo, as taxas imobiliárias praticadas nos municípios do Algarve (média = 2,11), os benefícios que dizem receber do Governo, como as infraestruturas, a educação, a saúde, etc. (média = 2,29) e o custo dos bens essenciais, como a alimentação, o alojamento, o vestuário e os transportes (média = 2,48).

Figura 32 – Satisfação com a Qualidade de Vida dos Residentes no Algarve

De modo global, os residentes apresentem níveis de satisfação moderados com a sua qualidade de vida (Figura 32) e mostram níveis de felicidade individual também moderados (média global = 3,38) (Figura 33). Embora reconheçam que existem aspetos da sua vida que poderiam ser melhorados, consideram-se, ainda assim, pessoas felizes. De resto, os indicadores que obtiveram melhores médias de avaliação foram «no geral, considero-me uma pessoa feliz» (média = 3,90) e «no geral, estou satisfeito(a) com a minha vida» (média = 3,77). No entanto, não concordam tanto com a ideia de que «se pudessem viver outra vez, não mudariam quase nada» (média = 2,97), que «as suas condições de vida são excelentes» (média = 3,14) e que «em muitos aspetos, a sua vida está próxima do ideal» (média = 3,14).

Figura 33 – Felicidade Individual dos Residentes no Algarve

RELATÓRIO RESULTADOS ÉPOCA ALTA PARA O ALGARVE