Os impactos provocados pelo turismo, a relação que os residentes têm com os turistas, o grau de apoio à atividade turística, os comportamentos pró-turismo e a satisfação com a atividade turística podem afetar a perceção que os residentes têm da própria qualidade de vida. Por isso, pretende-se agora avaliar a qualidade de vida dos residentes no Algarve, assim como os seus níveis de felicidade individual.
No que respeita à satisfação com a qualidade de vida, o questionário RESTUR utiliza um conjunto de 27 indicadores que cobrem dimensões como a qualidade ambiental do concelho de residência, as pessoas que moram no mesmo concelho, o custo de vida, a segurança e proteção, os serviços de saúde, de transporte, o lazer e tempo livre, a vida religiosa e espiritual, entre outros, com o objetivo de avaliar, nos domínios material e não material, a qualidade de vida dos residentes no Algarve – QoL (Quality of Life).
Os resultados mostram que a perceção dos residentes sobre a sua qualidade de vida é moderada («nem insatisfeito nem satisfeito») (Figura 32). Os aspetos com os quais os residentes se mostram mais satisfeitos são a qualidade do ar (média = 3,56), a qualidade da água (média = 3,48) e as pessoas que vivem no mesmo concelho (média = 3,47). Pelo contrário, os aspetos que mais contribuem para a insatisfação dos residentes são, sobretudo, as taxas imobiliárias praticadas nos municípios do Algarve (média = 2,11), os benefícios que dizem receber do Governo, como as infraestruturas, a educação, a saúde, etc. (média = 2,29) e o custo dos bens essenciais, como a alimentação, o alojamento, o vestuário e os transportes (média = 2,48).