6. ATITUDES DOS RESIDENTES E COMPORTAMENTOS PRÓ-TURISMO

Após a análise de indicadores importantes como a perceção dos residentes em relação aos impactos provocados pelo turismo, os sentimentos e emoções que têm em relação aos turistas, o envolvimento e dependência no setor do turismo e a perceção sobre o Alojamento Local no Algarve, pretende-se agora avaliar as atitudes dos residentes e os seus comportamentos pró-turismo. O objetivo consiste em analisar o apoio dos residentes à atividade turística, os comportamentos que estão dispostos a adotar em prol da melhoria da atividade e o grau de satisfação em relação à atividade turística atual na região.

No que respeita ao apoio dos residentes à atividade turística, os resultados mostram que os residentes apoiam o turismo no Algarve (média global = 3,98) (Figura 29). Acreditam que os concelhos onde vivem devem continuar a ser destinos turísticos (média = 4,13) e que os concelhos devem investir mais no desenvolvimento do turismo (média = 4,08). Com níveis de concordância inferiores, mas ainda assim, positivos, os residentes defendem que o turismo tem um papel vital na região (média = 4,00) e que, de modo global, os impactos provocados pelo turismo são positivos (média = 3,97). Manifestam-se também a favor da construção de mais instalações turísticas, de modo a permitir que mais turistas visitem a região (média = 3,70).

Figura 29 – Apoio dos Residentes à Atividade Turística no Algarve

Relativamente aos comportamentos que estão dispostos a adotar em prol da melhoria da atividade turística, o nível de concordância dos residentes com os vários indicadores analisados é positivo (média global = 3,62) (Figura 30), embora menor do que o grau de apoio à atividade turística (média global = 3,98). Este resultado deixa antevê que os residentes apoiam a atividade turística no Algarve, mas estão menos dispostos a colaborar para a sua melhoria, seja por reconhecerem falta de capacidade para o efeito, ou porque preferem delegar essa responsabilidade nas entidades competentes.

Figura 30 – Comportamentos Pró-Turismo dos Residentes no Algarve

Ainda assim, referem que estão dispostos a dar informações aos turistas, contribuindo para melhorar a sua experiência (média = 4,14), estão dispostos a receber os turistas com simpatia e ser mais hospitaleiros (média = 4,07), bem como estão dispostos a proteger os recursos naturais e ambientais da região (média = 4,05). Todavia, discordam relativamente ao pagamento de taxas que visem contribuir para o desenvolvimento do turismo na região (média = 2,23). De um modo geral, acreditam que as taxas e impostos praticados no Algarve já são bastante elevados, assim como os preços das habitações e dos bens essenciais. Por isso, delegam nas entidades competentes (Governo, Autarquias, indústria hoteleira e unidades gestoras do turismo), a responsabilidade de contribuir para melhorar a atividade turística na região.

No que respeita à satisfação dos residentes com a atividade turística na região, a média global das respostas situa-se em 3,22, o que significa que não estão insatisfeitos, mas também não se pode afirmar que estejam satisfeitos (Figura 31). Embora alguns admitam que beneficiam com o turismo no concelho onde residem (média = 3,26), não estão tão satisfeitos com a forma como o turismo está a ser gerido pelas entidades responsáveis (média = 3,13). Do total de inquiridos, 42,7% estão satisfeitos com o nível de desenvolvimento turístico nos seus municípios e 34,3% estão satisfeitos com a forma como o turismo está a ser gerido.

31 – Satisfação dos Residentes no Algarve com a Atividade Turística

RELATÓRIO RESULTADOS ÉPOCA ALTA PARA O ALGARVE